quinta-feira, 3 de dezembro de 2009


2009 s titulo 12x12x20cm


2009 2 titulo 120x50x50cm

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Exposição Escultura Daniel Oliveira 2009


O ângulo de 23,5º tem sido deliberadamente encriptado em inúmeras obras ao longo da história. Sendo encontrado pela primeira vez na estrutura das grandes pirâmides do Egipto, este ângulo pode ser descoberto, vezes sem conta, em pinturas, esculturas e na arquitectura. Associado tanto ao imaginário simbólico da antiguidade, como da contemporaneidade. Surgindo frequentemente em obras subjacentes a temas como a morte, batalhas, guerra ou conflito. Podemos apenas especular quanto ao significado oculto deste ângulo e a intenção com que os artistas o utilizavam. Associado ao ângulo do eixo da terra, que também mede 32,5º, os primeiros filósofos gregos consideravam este ângulo como sendo uma condição irregular, graças ao qual se sucediam as estações do ano. No ciclo da vida, em que o conflito e a guerra são vistos como elementos intrínsecos da experiencia e da natureza humana, podemos interpretar este ângulo como sendo algo que resulta ou reflecte deste desvio do eixo da terra, simbolizando o desequilíbrio e desarmonia da condição humana. Recorrendo a ângulos de 23.5º na sua construção, a obra “Anagrama”, combina duas peças idênticas que se desenvolvem a partir de um eixo central. Tal como na literatura ou na escrita as formas repetem-se. Como que por oposição à anterior sugerindo de forma metafórica pares conceptuais.



"Anagrama"
2009
madeira e aço
100x350x100 cm.

Djed é o nome de um símbolo da civilização do Antigo Egipto associado à resistência e a estabilidade.Pode ser descrito como uma coluna com uma base larga que possuía na parte superior três ou quatro barras horizontais cruzadas. O significado exacto desta coluna é incerto. Tem sido proposto que seria uma árvore sem ramos, uma coluna obtida a partir de um feixe de canas ou um poste com cereal atado. De acordo com uma passagem do Livro dos Mortos o djed era a coluna vertebral do deus Osíris, divindade associada ao mundo dos mortos. Em virtude desta ligação a Osíris o djed poderia também ser representado com cabeça e braços, segurando nas mãos ceptros. Era por vezes pintado no interior dos sarcófagos, no local onde deveria repousar a coluna vertebral. Era também usado pelos egípcios como um amuleto (feito na maior parte dos casos em faiança), que se considerava importante no processo de transformação na forma espiritual que se teria no Além. A escultura “Djed”, propõe reinterpretar este símbolo do antigo Egipto, na sua morfologia. Removido do seu contexto, surge como uma forma abstracta, um tubo em aço e quatro discos em madeira radiando do interior.



"Djed"
2009
madeira e aço
250x95x95 cm.

“Aron”, palavra hebraica para arca, remete-nos para a arca bíblica construída por Moisés, segundo ordens divinas, onde ficaram guardadas as tábuas dos dez mandamentos, o maná e a vara de Aarão. Venerada pelos judeus, como objecto sagrado, até ao seu desaparecimento, a arca está rodeada de lendas e mistérios que nos fascinam desde sempre. Perdida ou procurada para sempre, a escultura “Aron” recria um elemento de dimensões simbólicas e espirituais, extensas. Aproximando-se das dimensões da arca bíblica, não pretende ser uma recriação literal, mas sim alegórica. Como uma “escultura hermenêutica”, “Aron”, interpreta um objecto que é testemunhado apenas pelos textos sagrados, apresentando-o à nossa compreensão de forma palpável.



"Aron"
2009
madeira e aço
66,6x300x90

Academia das Artes dos Açores
2 Julho 2009